Ora, como bem podia deixar de ser, estamos no natal. Pelo menos alguns de nós. Uns estão em casa, outros na rua, outros noutros sitios. Nós, pelo contrário, estamos no natal.
Sim, no natal. Sim, outra vez.
Época de ladroagem e hipocrisia em que recebemos as pessoas como se elas estivessem no sitio que nós gostavamos que estivessem.
Época em que oferecemos a pessoas q nunca vemos coisas que gostavamos de receber ou que esperamos que façam com que a pessoa só volte a aparecer no proximo natal. Se aparecer.
Época que mandamos mensagens sinceras e unicas, apesar de exactamente iguais, às 200 pessoas da nossa lista de contactos do telemovel. Todas estas mensagens são pagas porque as operadoras, essas empresas amigas, suspendem todas as ofertas de mensagens gratuitas nesta epoca.
Época que começa em +/- 1 de novembro e acaba dia 25 de dezembro às 00:01. Isto este ano. porque no proximo vai começar algures em outubro.
Época em que se diz a todas as crianças que quem dá as prendas é um senhor barrigudo, empregado de uma empresa de refrigerantes, que tem clones por todo o lado (facto esse que devia ser investigado) e que desce pela chaminé, mesmo quando esta não existe ou quando o mais provável é aterrar no exaustor ou no panela da sopa.
Época em que se invoca o carnaval, enchendo um pinheiro de bolas, luzes e outros artefactos, sem se saber bem porquê mas com a clara convicção que sempre foi assim.
Época em que não há nada de jeito para escrever nos blogs onde não se escreve nada de jeito.
Época em que eu vos desejo, com toda a sinceridade:
Engalfinhai-vos uns aos outros.
Ide. Ide para lá da rectaguarda daquele que dizem que traiu o outro dos cabelos compridos. Tomai, para isso, o caminho que passa pelo topo do mastro das caravelas.
quarta-feira, dezembro 20, 2006
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