sexta-feira, novembro 28, 2008

Avaliação dos professores

O primeiro post sério do cabaret!

O cabaret conseguiu ter informações exclusivas sobre a reunião daquele gajo de bigode com uma senhora que vamos apenas identificar por M.

(aqui é qd a musica do james bonga entra como nada sonora)

Bigode para os jornalistas: Estamos cá para negociar!

A reunião foi assim:

M: Então, quais são as vossas reivindicações?

Bigode: Suspendam já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação.

M: Esqueça, nao se suspende mas pode-se alterar. Entao mas tem alguma proposta para alterar?

Bigode Tenho, suspenda já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação.

M: Isso não é bem uma proposta de alteração...

B: É pois, o modelo deixa de estar a funcionar, fica suspenso, logo algo se altera. Por isso suspenda já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação.

M: Continuo a achar que isso não é bem uma alteração... Mas podemos falar, negociar verdadeiras alterações...

B: Negociamos se primeiro fizer tudo o q queremos. Por isso não há cá negociações, suspenda já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação. E mais, suspenda isso e diga isso a andar ao pé coxinho.

M: ao pé coxinho nao pq faz doer as pernas mas posso fazer um 4.

B: Só se for um 4 suspenso! suspenda já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação.

M: Muito bem, então vocês diziam que têem um modelo alternativo, apresente-me esse modelo.

B: Tinha, mas despedi o gajo, fui aldrabado por quem o vendeu. Queria que ele suspendesse o que estava a fazer..

M: Hein? Não é esse, homem...

B: Epá, sabe, tinha um mas estragou-se, aquilo era escrito num papel fraquito e foi enviado por fax e você sabe como é aquele papel dos faxes, aquilo desaparece tudo...
Mas a coisa resolve-se já, suspenda já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação.

M: Pois, mas assim é complicado...

B: É simples, suspenda já isso. Queremos ser avaliados mas parem já com a avaliação.

M: Hmmm...Pois, mas isso não pode ser...Propostas, homem, faça-me propostas!

B: Com a sua idade, acha que eu lhe propunha alguma coisa? Eu vou mas é embora, pode ser que ainda vá a tempo de ficar com o outro modelo que até é jeitosinho...

23 comentários:

SyncMaster disse...

É pá osiris parece-me que tás a cometer uma tremenda injustiça com o bigode!!!

Ele até dá muitas alternativas á ministra, "Demita-se ou suspenda a avaliação", achas que isto não é dar alternativas???
Não é uma proposta de um modelo de avaliação? Claro que é!!! Só que é este modelo, apenas com uma ministra diferente!!! O que modifica totalmente o modelo de avaliação....

osiris disse...

lol tens razão, parece que o bigode quer uma mulher de bigode como modelo, ou entao, vá, alguem vagamente parecido com a soraia chaves...

Neone disse...

isto é inadmissível...fiquei com dores de cabeça a meio disto...

É que eu sou um individuo que já por si, ouve vozes, tenho inúmeros amigos imaginários. Entre eles listam, Jesus Cristo (sim, era bom escrever um livro com coisas que este me ditasse, mas o pai dele não deixa, diz que teve a ideia primeiro), a branca de neve, e aquele senhor que anda com uma foice que diz que é a morte, eu acho sinceramente que ele é comunista...mas também não quero estar a acusar ninguém. No meio disto tudo, e chegando a esta altura, o pai natal também vem falar comigo, mais os 7 anões, que são muito chatos, porque vivem o ano todo na boa vai ela, e chega a esta altura é só a perguntar coisas! No resto do ano, quando um tipo precisa, eles não querem saber...e agora é que aparecem....enfim!

Ora, o barulho da merda dos anões a cantar "eu vou, eu vou....", mais a musica do james bond....é muito barulho! Ao menos que morresse o Zangado, e dessem uma aspirina ao Atchim, ou então que fizessem como o feliz que fica sempre a comer a branca de neve em casa.....agora vir tudo chatear-me é que me parece desnecessário pah!

Por isso se faz favor tirar a musica pra eu acabar de ler....pode ser???

Pedro Costa disse...

E não nos podemos esquecer de:

M: Entao em Março quando fizemos alterações o senhor não concordou assinando um protocolo?

Bigode: Isso era em Março que estavamos na primavera e tava tudo cheio de flores. Tudo muito bonito e eu concordava com tudo. Agora estamos a chegar ao Inverno por isso quero que suspendam já isso. Nós queremos ser avaliados, mas parem já com a avaliação

PedroFQ disse...

Mais uma vez o cabaré conseguiu, uma entrevista, em rigoroso exclusivo, entre a senhora ministra (Lurdinhas) e o misterioso senhor do bigode, quando o ano passado se estava a debater pela primeira vez o projecto de avaliação.

Lurdinhas(L): Temos aqui o nosso projecto de avaliação, e gostaríamos de debater as alterações, segundo as recomendações que possam sugerir. Tenham no entanto em mente, que já imprimimos o projecto e enviamos tudo para as escolas por isso não podemos fazer grandes modificações, é que o papel está caro….
M: Pois existem aqui alguns pontos com os quais não concordamos…
L: Olhe, já lhe disse que esse bigode é muito sexy… (piscar de olho)
M: Só gostaria de lembrar que sou casado, não ia trair a minha mulher com a senhora e agradecia que me tirasse a mão do rabo.
L: Pois sabe não há muito mais a discutir, é que o projecto, é espectacular. Com uma falha ou outra…. Mas espectacular!
M: Primeiro, na prática, a senhora exige que os professores, tenham taxas de sucesso superiores a 90%. Em certos casos não é fácil, por exemplo, os professores de matemática e os professores que leccionam em zonas mais complicadas têm dificuldade em atingir este objectivo, que acaba por ser importante, e que na prática vai acabar por os impedir de progredir na carreira.
L: Pormenores, tenho a certeza que com esforço e se adaptarem os seus métodos de avaliação aos alunos que têm conseguem passar todos. Olhe, tem a certeza que não quer ir para a meu gabinete discutir isto em particular?
M: Não… Tem a certeza que não quer reconsiderar, é que depois os professores podem ficar aborrecidos..?
L: Não!
M: Então ta bem. Próximo ponto, quer que diminua a taxa de abandono, mas muitas vezes os professores não podem fazer nada. O abandono está relacionado com a família e as condições em que os alunos vivem.
L: Um bom professor, pode sempre tentar convencer os pais que a educação é importante, e se isso não resultar sempre há o suborno em dinheiro!
M: Tem a certeza que não quer reconsiderar, é que depois os professores podem ficar aborrecidos..?
L: Não!
M: Então ta bem.
Duas horas depois….

L: Está a ver como o modelo está bom! Não foi preciso alterar quase nada! Tenho a certeza que com este modelo os professores vão trabalhar mais e os resultados vão ser melhores.
M: Penso que era melhor suspender, e fazer outro, mas ta bem. Não nos vamos chatear com pormenores.
L: Vamos agora para o meu gabinete fazer o amor! (piscar de olho)
M: Epá, já é tão tarde! Tenho de ir para casa… limar as unhas que estão horríveis, horríveis, horríveis!
E assim acabou mais uma maravilhosa reunião no ministério da educação, o homem do bigode satisfeito porque já não tinha grande coisa para fazer e podia ir para a sede do sindicato descansar durante mais uns meses, e a senhora ministra que apesar de alguma frustração sexual tinha acabado o seu trabalho e podia ir para casa ter com o tony, o seu dildo de estimação que já a acompanhava a muitos, muitos anos….

osiris disse...

PedroFQ, mas olha q o homem la se deixou levar pelos encantos dela. pelo menos assinou um acordo à uns tempos...

Pedro Costa disse...

Vamos lá ver os professores até podem ter razão, mas a verdade é que os sindicatos não estão a favor dos professores. Estão é contra a ministra. E como eles é que falam com a ministra não se chega a lado nenhum.

Por isso eu digo que a ministra tem razão. Se não querem ajudar dando melhores ideias então faz se como se decidiu, segue em frente com o plano. É melhor que não fazer nada. E um plano não são estáticos, de certeza que as coisas vão melhorar com o tempo.

Estes sindicatos assinaram um acordo, só passando a discordar novamente no inicio do novo ano lectivo. Que lhes passou pela cabeça? Só se a ministra lhes fez um table dance (damn, disgusting) à borla e agora os gulosos querem outro. Acho muito bem que agora os mandem a um bordel.

Isto se fosse numa empresa era bonito 2 gestores a falar.

G1: Pa temos de fazer qualquer coisa se não vamos a falência. E eu tenho uma ideia.
(Explica a ideia)
G2: Epá essa ideia não é grande coisa...
G1: Então qual poderá ser melhor?
G2: Não sei, mas essa não presta.
G1: Mas não podemos deixar a empresa ir a falencia. Isto é melhor que nada.
G2: Entao deixem na ir a falencia mas essa ideia é que não...

yeah, right!

PedroFQ disse...

A verdade é que existe muita coisa que não aparece nas notícias.
Quando foi feita a primeira proposta, os sindicatos já não estavam de acordo, só que lá acabaram por concordar, essencialmente porque tem medo que a ministra mexa outra vez na lei dos sindicatos e faça, como fez há algum tempo e envie muitos professores que trabalham nos sindicatos de volta para as escolas. Mais tarde foram pressionados pelos professores, e o ano passado suspenderam a avaliação para os professores de quadro e de quadro de zona pedagógica, só foram avaliados os contratados, que os sindicatos não têm qualquer interesse em proteger porque ainda têm muito pouco peso.
Este ano é que muitos professores acordaram e viram que isto ia mesmo para a frente, e enquanto muitos professores não querem ser avaliados, sejamos honestos, porque não prestam e têm medo de ser avaliados, muitos mais tem medo do que esta avaliação implica. Existem pelo menos três pontos que têm um peso considerável (contrariado o que é dito nas noticias) e que aparecem na avaliação. Primeiro as notas, o que é injusto e perigoso, primeiro porque as notas não dependem exclusivamente do professor, segundo um professor que só tenha turmas más e que só consiga ter, por exemplo, 50% de positivas (notas vulgares a matemática e C.F.Q.), tem duas opções, ou se sujeita a não progredir na carreira ou facilita os testes, qual a melhor opção?
Em segundo, o abandono escolar, em muitas zonas, os miúdos abandonam a escola porque têm problemas financeiros, ou não querem ficar na escola, e o professor não pode fazer nada, por muito boa vontade que tenha os alunos não vivem no vácuo e têm uma vida que é complicada, especialmente se considerarmos a situação económica mundial.
Em terceiro, as aulas assistidas, se um professor só tiver turmas más, pode ter estratégias incríveis mas dificilmente consegue dar uma aula em condições, no entanto se tiver turmas boas, até pode ser péssimo e as aulas são mais ou menos. Já para não falar que 3 aulas anuais não são suficientes para concluir se um professor é bom ou mau.
Neste momento, a ministra voltou atrás, mas todas as medidas tomadas são provisórias, ela própria disse que queria que voltassem de futuro, ou seja é só para acabar com as manifestações e foi tudo feito sem os sindicatos que por sua vez não voltam atrás, porque já estão queimados com os professores. Uma das últimas manifestações já foi organizada sem os sindicatos, por que muitos professores acham que eles não os estão a representar em condições e que têm deixado passar tudo o que a ministra propõe. Por isso neste momento eles não podem voltar atrás, e deixar de pedir a suspensão, porque nessa situação perdiam muitos apoiantes.
Entretanto, já existem algumas propostas alternativas, mas a verdade seja dita, os sindicatos não falam nelas, o para ser honesto nem sei bem em que consistem. Penso que isso também é uma falha, e que o que era preciso era um modelo que avaliasse o que o professor faz para os alunos terem sucesso, não os resultados em si. O que eu sei é que se neste momento este modelo vai para a frente, muitos professores não vão querer ficar estagnados na carreira, e vão começar a passar muitos alunos sem saber nada, que acaba por ser bom para o ministério porque pode afirmar que os resultados escolares melhoraram e gasta menos dinheiro com os alunos que chumbam. No entanto, dentro de poucos anos, a escola publica deixa de ter qualidade, e passa a ser como nos estados unidos. Quem é pobre vai para a escola pública, quem quer educação de qualidade vai para uma escola privada. Será que é nesse país que queremos viver?

osiris disse...

resposta rapida:
eu acho que as notas dos alunos deviam contar mas com uma condição: exames nacionais nos anos em q essas notas contassem. as notas que contariam seriam as dos exames nacionais. e também contaria a evolução do aluno com aquele professor especifico.

Pedro Costa disse...

Não, claro que não. Mas não faças dos sindicatos uns coitadinhos, porque também demonstras que eles são os grandes responsáveis da situação. Básicamente a ideia deles é que desde que não lhes tirem o lugar não interessa como as coisas vão se passar. E eu li na altura dessa redução de sindicatos e sindicalizados de professores e aplaudi. Era um numero exagerado e continua a ser. Para mim só havia um sindicato por àrea profissional com um numero razoavel de pessoas, mas o que se vê são vários (deve ser 1 ou 2 por partido politico) e os principais com um numero exagerado.

se existem alternativas e não são apresentadas (e se existem, como raio é que ninguem sabe como são, mas nem vou por aí) pelos sindicatos quem está a lixar isto são eles, que não os apresentam. A ministra ouvia a dizer várias vezes, principalmente nas manifestações de março para as apresentarem....nunca ninguem apresentou. o sr. dos bigodes vai a tv e diz que há outros, mas não sabe dizer quais. so diz que ha e que este é que não pode ser.

Se calhar os professores deviam era começar a manifestarem-se para apertar com os sindicatos para fazerem qualquer coisa de jeito e defender os professores de forma responsável e profissional. Mas se calhar manter a instabilidade dá mais jeito a outros interesses...

Tive pena que a ministra tenha desistido da postura de que isto ia para frente e ponto final. Porque não a respeitaram, quando concordaram com o modelo em Março após as alterações e agora fazem isto. E quem não me respeita, não merece o meu respeito.
Tive pena mas no entanto compreendo. A politica é suja e é disso que isto tudo se trata, politica....é o país que temos. E antes que alguém me acuse aqui de cores politicas, fiquem sabendo, que eu acho que se tivesse la outro governo os papeis mantinham-se, so mudava os intervenientes.

Culpa-se os que querem fazer e os que querem manter tudo como está são quase herois. Se se faz algo é porque se faz, se não fazem é porque não fazem...

Falaste nos EUA. Ao menos lá a guerra é forte, mas quando o povo decide todos ficam do lado do presidente. O Mcain quando perdeu...disse logo que o ia apoiar no que fosse preciso, porque foi o presidente escolhido pelo povo. Se calhar deviamos aprender algumas coisas com eles. Apoiar quando é justo e criticar constructivamente.

SyncMaster disse...

Básicamente concordo com o que Metalfatigue disse, enquanto os sindicatos forem o braço armado dos partidos politicos, enquanto fizerem luta partidária, enquanto não começarem a defender os reais interesses dos trabalhores que representam, nunca vão ter o meu apoio a nenhuma acção de luta que proponham, recuso-me a ser fantoche de partidos politicos.
Quanto aos professores em particular, a deixarem-se representar pelo sr de bigodes, só se expoêm ao ridiculo, e perdem a credibilidade, e eventualmente a razão que poderiam ter.

PedroFQ disse...

Quanto aos exames, o problema seria o mesmo, os professores com as piores turmas acabam por ser prejudicados, penso que nesse caso faria efectivamente mais sentido contar a evolução dos alunos.
De qualquer forma, penso que os alunos e os pais também deviam ser responsabilizados. Penso que neste momento os professores acabam por ser responsabilizados quando os alunos não têm sucesso quando muitas vezes são os menos responsáveis.
Não sou de forma nenhuma defensor dos sindicatos, penso que a quantidade de sindicatos que existe é excessiva, estão muito envolvidos com os partidos, e efectivamente muitos professores que estão nos sindicatos deviam mesmo voltar para as escolas, o que digo é que também os sindicatos não querem perder os direitos adquiridos e provavelmente também têm isso em consideração quando negoceiam com o ministério.
Realmente acho que os sindicatos falharam quando deixaram que muitas coisas fossem para a frente, aulas de substituição, alteração radical ao estatuto da carreira docente, quando nada disto melhorou a qualidade de ensino, muito pelo contrário. E agora quando não apresentaram de uma forma visível propostas concretas a esta avaliação, voltaram a falhar. Mas a verdade é que a postura da ministra até há pouco tempo atrás,foi: "isto foi decidido e vai mesmo ser assim!"
Como é que é possível existirem alterações de fundo ser serem realmente ouvidos os intervenientes? Este género de atitude não é própria de uma democracia.
A avaliação era essencial, mesmo porque muitos professores que trabalham actualmente nas escolas entraram na fase das vacas gordas, quando qualquer pessoa com um curso podia dar aulas, e nunca foram avaliados nas suas práticas pedagógicas. No entanto esta avaliação devia ter sido construída com os professores desde o início. No entanto só agora é que a ministra está a ouvir as escolas e a tentar remendar o modelo.
Nos estados unidos, uma das razões pela qual os americanos gostam do barac obama, é mesmo por não ser prepotente, por não acreditar no quero, posso e mando. A determinada altura no discurso de vitória, ele disse “vou ouvir o que têm a dizer quando concordam comigo, mas vou ouvir ainda com mais atenção quando não concordarem”. Devia ser isto que a ministra e o governo deveriam ter feito quando começaram a pensar em fazer uma avaliação. Assim, certamente que existiam pessoas que não iam concordar por medo, como existem sempre, mas a maioria dos professores estava com o governo por acreditarem que seria para o bem da educação. Neste momento acredito que entre outras coisas, este modelo serve para no futuro dividir classes e afastar futuros professores da profissão, pois ninguém no seu juízo prefeito se queria meter no meio desta confusão causada por sindicatos incapazes e um governo prepotente.

Anónimo disse...

O QUE FAZ FALTA É UM SALAZAR EM CADA ESQUINA!

Estes professores são uma cambada de maricas!!! Eles e todos os funcionários públicos, estudantes de Santarém, e estudante de Leiria que andam no 5º ano, ou estudantes de Leiria que começam o nick por XP!!!

Era abrir o forte de Caxias e meter lá esta ESCUMALHA DA PIOR ESPECIE!

Neone disse...

Eh pá que desagradável, este individuo acima….vêm para aqui fazer comentários destes…enfimmm
Pois, acho que tudo o que poderia ser dito, já foi explanado pelos meus caros colegas de cabaret.

Acho mesmo que já nem sequer faz sentido as manifestações, dos professores. As coisas estão como estão, não por causa da ministra nem dos próprios professores, mas dos sindicatos, que lhe convem manter este cenário...

por um lado os professores ficam com a ideia de que ele até está a fazer alguma coisa por eles, mas por outro não avança com nada de concreto, dando manobra à ministra para ir mantendo o actual, ou fazendo pequenas alterações que em nada alteram o plano que esta tem traçado.

Porque reparem que ela até pode não ter tudo aprovado este ano lectivo, mas p’ro ano ela está lá de novo com toda a certeza, e trata de aprovar agora metade e p’ro ano outra metade...é o chamado “apromavemnto de medida a retalho”(inventado por mim mesmo agora)!

osiris disse...

há uma razão para a ministra querer manter o modelo durante um ano lectivo inteiro: avaliar o dito modelo do inicio ao fim, pq se todos os dias se muda alguma coisa chega-se ao fim do ano e nao há conclusão nenhuma.

obviamente q a avaliação do modelo deve ser feita tendo em conta as opiniões válidas dos professores e não de alguem de bigode que não trabalha à 20 anos pq está a fazer "trabalho sindical".

por outro lado, qd há erros crassos e gritantes se calhar o ideal é alterar logo no inicio...

PedroFQ disse...

O problema é que se o modelo fosse até ao fim, podia ser experimental, mas muitas pessoas iam já ser prejudicadas. Com estas alterações propostas o modelo fica pobre (por exemplo ter um mestrado não conta nada), avalia-se poucas coisas e também não se torna uma avaliação justa.

O ano passado fizeram algo semelhante, primeiro, a avaliação era só para os contratados (o ser mais baixo entre os professores pelos vistos) e quase no fim do ano foi decidido que a única coisa que se ia avaliar era assiduidade. No meu caso faltei a uma aula de substituição porque apanhei um acidente e cheguei 15 minutos atrasado, logo a minha assiduidade andava perto dos 100%, no entanto tive bom e não excelente, quando perguntei porque, só me responderam que era experimental e não davam mais que bom, no entanto em outras escolas houve muito bons e excelentes. Este ano já se fala que a nota vai contar para o concurso. Deveria eu ser prejudicado por estar numa escola que só dava bom? Será que este ano é a mesma coisa? É com este tipo de pessoas que estamos a lidar.

Para mim todo o modelo devia ser reestruturado, uniformizado para todas a escolas e feito pelo ministério juntamente com representantes das escolas, não por burocratas fechados em gabinetes que não têm consciência do que estão a fazer e que a principal preocupação é ter um elevado número de aprovações entre os alunos, porque para eles isso é qualidade de ensino.

osiris disse...

o problema disto tudo é q toda a gente zela pela sua "casinha" e ng é capaz de pensar na educação e em quem dá aulas e em quem é suposto aprender alguma coisa nas ditas aulas. enfim, o futuro e tal. essas coisas.

para essa gente recomendo duas coisas. primeiro visitar este blog:

http://objectoredondo.blogspot.com

e logo a seguir, para lidar com o trauma provocado pelo dito blog, inscrever-se e participar em

http://www.desabafos.org

Anónimo disse...

O melhor professor de Matemática que tive era Eng. Electromecânico e dava um baile a qualquer outro professor de Matemática...

Pedro Costa disse...

"Realmente acho que os sindicatos falharam quando deixaram que muitas coisas fossem para a frente, aulas de substituição, alteração radical ao estatuto da carreira docente, quando nada disto melhorou a qualidade de ensino, muito pelo contrário."

Muito pelo contrário? Não entendi...se práticamente todas as escolas e professores fizeram um boicote a essas medidas e estão há tão pouco tempo em funcionamento (menos de um ano é o mesmo que nada), como é que sabes se funciona ou não? Eu acho muito bem que quem faltou tenha a hipotese de ter aulas de "recuperaçao". não entendo o que tem de mal nisso, para os alunos...e o estatuto de carreira era basicamente: quanto mais tempo tivesses a dar aulas mais evoluis", não interessava muito se eras bom ou mau. Em outras carreiras não é assim.

Se me disseres que têm de dar mais formações aos professores e não estão a faze-lo, concordo. Mas estares a dizer que o estatuto de carreira devia de ser basicamente como estava, não concordo.

"Mas a verdade é que a postura da ministra até há pouco tempo atrás,foi: "isto foi decidido e vai mesmo ser assim!"
Como é que é possível existirem alterações de fundo ser serem realmente ouvidos os intervenientes? Este género de atitude não é própria de uma democracia."

Como disse no comentário anterior, desde que começaram estas "novas" manifestações, desde o inicio do ano lectivo, achei muito bem a postura dela, foi pena ter terminado. Porque se assinaram, era porque concordavam...passaram se as férias e a areia da praia deve ter mexido nos cerebros deles e agora ja não se lembram de ter concordado.

Em relação ao teu exemplo, é uma coisa que poderá ser facilmente ajustada no modelo se for verificada prejudicial, mas para isso tem de se colocar o plano em acção e ouvir as queixas e analisar. Em todas as grandes mudanças existem problemas e entraves, mas sem as fazermos o mundo não avança. É o medo do ser humano à mudança que nos compele a não querer mudar, apesar de sabermos que os modelos antigos já não podem ser aplicados com qualidade. Isto aplica-se a tudo. A verdade é que nesta questão as coisas estão a tomar estas proporções por razões politicas e estão a retirar algumas facilidades de carreira que esta classe tinha, nomeadamente não serem avaliados e terem uma evolução continua independentemente da qualidade. É mais uma vez retirar alguns previlegios que a função publica detinha (e este governo tem sido criticado por isso). so que avaliar o ensino não é tao facil como outras profissoes, como é óbvio.

E conto-te também um exemplo que tive no secundário. Uma estagiária de ingles dava so grandes notas e sabia quando a iam observar entao no dia antes dizia-nos tudo o que se ia passar na aula no dia seguinte....ou seja so tinhamos de fazer um bocadinho de teatro, e ela dava grandes notas. Havia la um que não percebia nada de ingles, mas nos testes ela sentava-se a fazer com ele os testes. nice! Já para não falar que ela praticamente nos dava as perguntas e as respostas para os testes no dia antes. Mais uma razao para se avaliar como deve de ser.

PedroFQ disse...

Em primeiro lugar, certamente que existem professores que não são do ramo educacional que são bons, eu conheço muitos, mas também existem muitos que são péssimos, e nenhum tipo teve uma preparação conveniente, ou seja não teve preparação em pedagogia para dar aulas, nem aulas assistidas para ver quais as suas falhas, porque quer os alunos notem, quer não notem, existem sempre falhas, e por vezes erros cientificas graves. Agora se a sociedade decidir que afinal a preparação pedagógica não é importante penso que se devia acabar com isso para todos.

O que eu penso que é errado (e era o que acontecia) é que qualquer pessoa, com qualquer curso, lá por ter tido matemática durante o curso, possa ensinar matemática. Muitas pessoas fizeram isso porque não arranjavam emprego na área delas, penso que isso, regra geral, acabou por degradar o ensino.

Em segundo lugar, eu não falei em aulas de recuperação, falei em aulas de substituição, que dei, e sei que são inúteis, só servem para chatear os miúdos e os professores. Quando ser aulas de recuperação logo tira as minhas próprias conclusões quando as der. De qualquer forma não digo que tudo o que o governo fez foi mal feito, mas a maior parte, acredito, vai acabar por prejudicar a educação a médio prazo.

Quanto às reclamações, não começaram apenas este ano lectivo, foram é mais visíveis neste momento, porque regra geral a comunicação social não liga muito às queixas dos professores é preciso que existam manifestações, ou algo massivo para que eles apareçam. Os professores nunca concordaram com este modelo, a ministra contrariamente à postura aparentemente cordial que tem agora, nunca esteve disposta a ouvir. É muito mais fácil impor do que acordar, eu compreendo.

Quanto ao estatuto, a visão que apresentas é muito limitada e a avaliação é apenas uma pequena parte. Não posso aqui explicar o estatuto, mas para teres um pequeno exemplo, foi criada uma “coisa” chamada de “professor titular”, e é este professor que fica com os cargos de responsabilidade, ou seja avaliação, delegado de departamento, etc. Para ser professor titular só é preciso ter muitos anos de serviço. Na prática o que aconteceu, e vi alguns exemplos, é que muitos professores que nunca exerceram cargos ficaram com estas responsabilidades, em detrimento de professores com mais experiência nestes assuntos, o que levou a muitas situações ridículas que eu próprio presenciei.
Concordo com avaliação, até acho que devia ser aplicada a médicos, juízes, etc. No entanto, como já disse, este modelo que a ministra passa como bom, tendo “apenas” algumas falhas, vai contribuir para afastar futuros professores, porque se agora temos muitos, dentro de pouco tempo não vamos ter novos professores suficiente para preencher os lugares, neste momento essa é já uma realidade inevitável. Pior que isto é o facto de a situação que descreves com essa estagiária, irá multiplicar-se e não vão ser só estagiários a faze-lo, o que vai tornar a escola publica intragável. É nessa escola que queres ter os teus futuros filhos? Eu acho que esta luta, não devia ser só dos professores, devia ser de toda a sociedade, porque todas as pessoas são influenciadas pelas decisões que estão a ser tomadas, e a comunicação social mostra apenas fragmentos da verdade, logo muitas pessoas acabam por não perceber bem o que está em jogo.

PedroFQ disse...

Blog, a ler. Tem uma lista interessante de alterações...

http://www.profblog.org/2008/11/um-jovem-professor-ento-tem-razes.html

Pedro Costa disse...

Aquele blog inicialmente até nem foi a melhor escolha, foi preciso ler alguns dos comentários para perceber verdadeiramente alguns dos problemas. Porque quem fez aquele post só está preocupado que não vai evoluir tao facilmente e consequentemente ganhar menos...mas prontos, eu li alguns dos comentários.

A verdade é que voces ate podem ter razao em alguns pontos. eu nunca li o modelo por isso não posso falar com certeza das coisas. Mas a verdade é que enquanto voces tiverem pessoas mentirosas e irresponsáveis a vos defender não vão a lado nenhum. E é isso que está a acontecer. Como o syncmaster disse, vocês a serem representados por aquelas pessoas (nomeadamente o sr. do bigode) perdem toda a credibilidade que podiam ter. Por isso enquanto não forem representados como deve de ser eu estou do lado da ministra.

Se vocês conseguem já marcar manifestações sem o apoio dos sindicatos, como ja o disseste antes, entao também conseguem organizar para vir explicar melhor as coisas sem o sr. bigodes. Talvez o melhor até seja organizar um corpo de docentes e pedirem para falar com a ministra em vez de enviarem os parasitas.

O sindicalizados vão vos cair em cima, mas a verdade é que eles não vos representam. E isso vai acabar por vos dar razao

SyncMaster disse...

Só uma ultima coisa em relação ao sindicatos,
Pedro FQ quando dizes “o que digo é que também os sindicatos não querem perder os direitos adquiridos e provavelmente também têm isso em consideração quando negoceiam com o ministério.” Dizes isto com uma aparente naturalidade, como se fosse perfeitamente normal isto acontecer!? È isso que queres? Que os sindicatos que representam a tua classe trabalhadora, defendam interesses (tachos) próprios em vez dos teus interesses??

Dizes ainda “Realmente acho que os sindicatos falharam quando deixaram que muitas coisas fossem para a frente, aulas de substituição, alteração radical ao estatuto da carreira docente, quando nada disto melhorou a qualidade de ensino, muito pelo contrário.” Alguém os obrigou a assinar o já tão falado memorando de entendimento??? ou assinaram pq ainda estava bastante longe das eleições e acharam que era cedo para levantar ondas? Oportunismo politico em sindicatos, hum...estranho....

Mais “Como é que é possível existirem alterações de fundo ser serem realmente ouvidos os intervenientes? Este género de atitude não é própria de uma democracia.” Efectivamente concordo que os intervenientes devem ser ouvidos, e envolvidos nas decisões, a minha opinião só muda quando quem vai ser ouvido são os elementos que representam a classe docente, esses não! Não devem ser ouvidos pois a unica coisa que lhes interessa é manter os “direitos adquiridos” nada mais, por eles nada mudava, como se comprova com as reivindicações, suspenda-se a avaliação ou demita-se a ministra!! Resumindo e pegando nas palavras do Osiris “o problema disto tudo é q toda a gente zela pela sua "casinha"”

Mas deixando o tema dos sindicatos, e falando do Estatuto da Carreira Docente

Antes de mais uma declaração prévia, assumo que tenho uma visão limitada sobre o assunto não tendo conhecimento profundo sobre o tema (Não serei só eu a avaliar pelas entrevistas feitas aos professores que participam nas manifestações)

Se não te importas aproveito a facto de seres professor e de participares neste fantástico blog para tentar ultrapassar alguma da minha ignorância sobre o tema.

Segundo a tua opinião quem deveria avaliar os professores? - Faço esta pergunta porque já ouvi diversos colegas teus a dizerem que não aceitam ser avaliados pelos seus pares. (Se não forem os pares quem serão? Os burocratas que falas? Alguém que não seja professor? Auto-Avaliação? Quem?)

Falas nos professores titulares, és favor ou contra a sua existencia? Em todas as profissões existem hierarquias porque não na carreira docente?

Existiram muitas outras duvidas mas como isto já vai longo, vou finalizar.
Eu compreendo que professores incompetentes não queiram ser avaliados, vai ser muito mais dificil para eles subirem na carreira, agora o que é incompreencivel é que os competentes aceitem que esses subam na carreira da mesma forma, trabalhando menos e com menor qualidade.

PS: Dizes “....e a comunicação social mostra apenas fragmentos da verdade, logo muitas pessoas acabam por não perceber bem o que está em jogo.” é fácil culpar a comunicação social, mas parece-me que os grandes culpados das pessoas não perceberem, são os vossos representantes que pura e simplesmente não apresentam alternativas, limitam-se a fazer ruido.